1925-1944

A BASF baseia a sua expertise no processo de Haber-Bosch e encontra outras áreas de aplicação para a tecnologia de alta pressão atividades realizadas a IG Farbenindustrie Aktiengesellschaft, formada pela fusão da BASF e cinco outras grandes empresas de produtos químicos em 1925.

Nitrophoska poster
Cartaz de lançamento do Nitrophoska

A recuperação da crise econômica gerada pela Primeira Guerra Mundial estava sendo prejudicada pela instabilidade política contínua na Alemanha, por isso os representantes das principais empresas químicas se reuniram para intensificar a cooperação de produção e vendas em conjunto. A intensão resultou, em 1925, na fusão da BASF e outras cinco empresas – incluindo a Hoechst e a Bayer – para formar a IG Farbenindustrie Aktiengesellschaft, com sede em Frankfurt. Os sites de Ludwigshafen e Oppau, ambos da BASF, eram parte principal da União das Operações de Oberrhein, uma das quatro unidades operacionais originais da IG Farben.

 

No ano seguinte, a IG registrou o Nitrophoska como uma marca junto ao Instituto Alemão de Patentes, um fertilizante que representou algo completamente novo para a época por conta da concentração de nutrientes ser de duas a três vezes maior do que os existentes. Lançado para o mercado agrícola em 1927, sua composição homogênea de nitrogênio, fósforo e potássio ajudou a resolver problemas fitonutricionais encontrados na mistura de vários fertilizantes sintéticos.

No final de 1927, outro grande feito marcou a história da indústria química. Após conseguir obter produtos líquidos a partir da reação de carvão e hidrogênio, usando alta pressão, o químico Friedrich Bergius (1884 – 1949) se uniu a Matthias Pier, da BASF, a fim de traduzir o processo para escala industrial. Foi então que o primeiro carro tanque de gasolina derivada de carvão deixou o site de Leuna.

 

Sob a direção de Walter Reppe (1892 - 1969), a IG Farben iniciou, em 1928, uma pesquisa sobre as reações catalíticas de acetileno sob pressão, a partir da qual se tornou possível desenvolver inúmeros compostos orgânicos e intermediários usando reações como vinilação técnica, etinilação, carbonilação e ciclização. Neste período, a companhia também lançou o primeiro anticongelante para carros, o Glysantin. A novidade apresentava grandes vantagens em comparação aos aditivos usados anteriormente, como ponto de ebulição de 197 °C (387 °F), resistência à corrosão, separação, praticamente nenhuma evaporação e um ponto de congelamento de -25 °C (-13 °F).

Nobel prize diploma for the development of high-pressure technology
Prêmio Nobel pelo desenvolvimento da tecnologia de alta pressão

Em 1929, a síntese de estireno inaugurou a era dos plásticos, e ao longo dos anos seguintes iniciou-se uma nova área da química e da física: os polímeros. Uma série destes compostos foi desenvolvida para a produção em larga escala, tais como compostos poliméricos acrílicos (1929), poliestireno (1930), cloreto de polivinila (1931), poli-isobutileno (1931), éter de polivinila (1934), e polietileno (1937). Da mesma forma, as sínteses de metanol e ureia abriram o caminho para a química de produtos de condensação de ureia-formaldeído, e em 1931 o Kaurit adesivo, com base em ureia e formaldeído, foi lançado. Ele se tornou um produto essencial para a indústria de processamento e tratamento da madeira, possibilitando que a madeira laminada – antigamente considerada resíduo – se tornasse um material de alta qualidade para uma série de novas aplicações e projetos. Assim como a madeira compensada também passou a ser fabricada com eficiência.

 

Neste mesmo ano, Carl Bosch e Friedrich Bergius receberam o Prêmio Nobel pelo desenvolvimento da tecnologia de alta pressão para a síntese de amônia e hidrogenação de carvão.

Sensation at the 1935 Berlin Radio Fair: The magnetophone developed by AEG with the new magnetic tape from Ludwigshafen.
Sensação na Feira de Rádio de Berlim de 1935: O magnetofone desenvolvido pela AEG com a nova fita magnética da Ludwigshafen.

Os anos seguintes foram intensos na indústria química. Os pesquisadores da BASF em Ludwigshafen desenvolveram a fita magnética, incentivando a AEG e a IG Farben produzirem um dispositivo de gravação magnética. Os primeiros 50 mil metros de fita foram fornecidos em 1934 e, um ano mais tarde, os primeiros magnetofones foram apresentados ao público na Feira de Rádio em Berlim. Em 1936, após dez anos de pesquisa intensiva em borracha sintética, a companhia lançou a "Buna" em substituição à borracha natural e seus primeiros pneus foram apresentados no Salão Internacional do Automóvel de Berlim. Em função de inovações como a liquefação de carvão, Buna e indantreno, a IG Farben recebeu nove prêmios Grand Prix por seus produtos e processos na Feira Mundial de Paris, em 1937. Em 1939, a empresa patenteou um dos derivados mais interessantes da química de acetileno: o polivinilpirrolidona (PVP), inicialmente usado como um substituto do plasma sanguíneo e, posteriormente, em uma ampla variedade de aplicações em medicina, farmácia, cosméticos e de produção industrial. No mesmo ano as primeiras toneladas de poliamida à base de caprolactama foram produzidas em Ludwigshafen, permitindo a fabricação de fibras (Perlon) e novos materiais de construção (Ultramid, por exemplo). Encerrando a década, em 1940 os engenheiros de Ludwigshafen desenvolveram um novo reator tubular de alta pressão para a produção contínua de polietileno de alta pressão (Lupolen).

Em 1936, um show com Sir Thomas Beecham, conduzindo a Orquestra Filarmônica de Londres, foi gravado na íntegra em fita magnética.

A terceira fábrica de Buna da IG Farben foi construída em 1941. Localizada em um dos sites de Ludwigshafen, baseada em um processo de três estágios desenvolvido por Walter Reppe, ela liga os demais sites de Ludwigshafen e Oppau e reforça a necessidade de uma terceira usina de energia elétrica – que abasteceu o local com vapor e eletricidade até 1999.