15 de agosto de 2023

Fundação Eco+ e Fundação Social Carbon juntas no desenvolvimento do mercado de crédito de carbono mais acessível

  • Desafios e oportunidades de novos negócios para pessoas e organizações são alguns dos tópicos abordados pela parceria

 

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Figura 1 - Com regulamentação do mercado mais próxima, empresas precisam entender as oportunidades e os desafios que os créditos de carbono podem trazer aos negócios. Crédito: Erick Gouveia

Embora a compra de créditos de carbono ainda seja voluntária no Brasil, a partir do segundo semestre, a procura das empresas por esse tipo de instrumento tende a crescer com o anúncio do Plano de Transição Ecológico pelo governo federal. Em busca de regulamentar o desenvolvimento sustentável do País, os desdobramentos desse mercado servirão para colocar o Brasil como destaque na agenda ESG perante o mundo.

“O Brasil é considerado uma das nações que mais tem potencial para liderar a agenda 2030 da ONU no quesito Sustentabilidade, e a regulamentação dos créditos de carbono pode ser um ótimo ponto de partida para acelerar a chamada economia verde”, afirma Amanda Baldochi, Consultora de Novos Negócios da Fundação Eco+. A instituição, mantida desde 2005 pela BASF, se juntou a Fundação SOCIAL CARBON para promover uma série de treinamentos sobre as possibilidades de novos negócios a partir do mercado de carbono.

Estima-se que a demanda global por créditos de carbono possa aumentar 15 vezes ou mais até 2030. Os cerca de US$ 1 bilhão registrados nessas negociatas em 2021, podem saltar para pelo menos US$ 50 bilhões em 2030, segundo a consultoria McKinsey. “Esse volume financeiro fomentará a criação de novos modelos de negócio sustentáveis, o desenvolvimento de parcerias para endereçar problemas complexos e a criação de empregos verdes”, comenta Amanda Baldochi.

Da energia renovável à agricultura sustentável, o “emprego verde” se concentra em atividades, produtos ou serviços capazes de reduzir os impactos ambientais das marcas. De acordo com o relatório “Greening with jobs”, desenvolvido pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), os empregos verdes são um incentivo no processo de transição para a sustentabilidade ambiental. Atualmente, o Brasil representa cerca de 10% dos mpregos em energia renovável no mundo, por exemplo.

Para se adequar às características da economia de baixo carbono, capacitação é essencial para compreender os efeitos imediatos dessa transformação que afetará todas as empresas.

Segundo o CEO da SOCIAL CARBON, Mike Davies, “a parceria com a Fundação Eco+ vai proporcionar que várias organizações, pessoas e entidades possam ter acesso a informações corretas sobre o mercado de carbono, mostrando os desafios e as oportunidades para que diferentes comunidades, associações e entidades possam participar diretamente.”

O entendimento sobre o mercado de carbono é importante para se alcançar a chamada economia verde, pois se compromete a assegurar às diferentes organizações os seguintes temas:

Contexto global: a importância de se ter conhecimento sobre as regulamentações

internacionais e as iniciativas existentes para a redução das emissões de gases de efeito

estufa. Isso permite uma compreensão mais ampla do cenário climático atual e das

oportunidades e riscos associados ao mercado de carbono;

  • Impactos das mudanças climáticas: compreender como as ações humanas afetam o clima e quais são as consequências disso é fundamental para tomar ações positivas e soluções sustentáveis;
  • Oportunidades de novos negócios: o mercado de carbono cria oportunidades de negócios relacionadas à mitigação e à adaptação das mudanças climáticas. Com o devido conhecimento legal, as pessoas podem identificar essas oportunidades e explorálas de maneira eficaz;
  • Cumprimento de regulamentações: Muitos países e regiões implementaram regulamentações relacionadas ao mercado de carbono, como sistemas de comércio de emissões e taxas de carbono. Conhecer as políticas e legislações em vigor abre caminhos para se manter competitivo nessa nova fase da economia;
  • Redução de riscos e custos: Para negócios que já passam por essa transformação, é importante compreender como avaliar, mitigar e relatar as emissões de gases de efeito estufa. Isso permite a identificação de oportunidades de melhoria em operações, além de antecipar a transição para uma economia de baixo carbono e minimizar possíveis riscos financeiros e de reputação.

Apesar da expectativa, o mercado regulado de carbono não pretende solucionar todos os problemas ligados às emissões de CO2. Nesse sentido, Amanda conta que as empresas precisam fazer o dever de casa e fazer a gestão de suas próprias emissões, com metas claras e factíveis de redução. Uma estratégia de sustentabilidade em carbono, segundo ela, consiste em cinco etapas: diagnosticar, quantificar, reduzir, compensar e inovar. “É importante a empresa fazer um diagnóstico do negócio ao longo de sua cadeia de valor, buscando compreender as melhores práticas, os riscos e oportunidades, para começar a implementar melhorias”, conta.

Programa de Compensação de CO2

Mantida pela BASF desde 2005, a Fundação Eco+ é uma consultoria e centro de pesquisa para sustentabilidade com caráter de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). A instituição atua para impulsionar jornadas sustentáveis de empresas com níveis diferentes de maturidade.

Com foco em mensuração, orienta negócios e empresas que pensam no longo prazo e querem desenvolver seus valores econômico, social e ambiental de forma integrada para toda a América do Sul.

A instituição possui um programa de compensação de CO2 próprio que é realizado em parceria com a BASF. O Programa Mata Viva® foi criado em 1984 para auxiliar a fábrica da multionacional alemã em Guaratinguetá (SP) e, desde então, se tornou uma solução em carbono para as empresas. De 1984 a 2022, mais de 1,4 milhão de árvores plantadas e 800 hectares de florestas restauradas. Isso corroborou com a remoção estimada de 196 mil toneladas de CO2 da atmosfera.