Mapeando novas águas

Adult with a child at a shore with bridge

Essas três cidades estão liderando o caminho em direção a sistemas de água do futuro.

Phnom Penh, Camboja

Precipitação média: 1.300 milímetros por ano; População: 1,5 milhão; Consumo de água por dia por pessoa: 108 litros

Quando Ek Sonn Chan foi nomeado diretor-geral da Autoridade de Abastecimento de Água de Phnom Penh, em 1993, ele se deparou com uma situação preocupante: a concessionária só era capaz de fornecer 65.000 metros cúbicos de água por dia - nem mesmo a metade de sua capacidade real. O sistema de encanamento foi dilapidado, a corrupção era galopante e mais de 70% da água não estava gerando qualquer receita.

Porque a água estava vazando do sistema, as pessoas estavam tirando proveito disto de forma ilegal e as faturas estavam simplesmente não sendo pagas e a autoridade de água quase não tinha renda. Com o apoio internacional, Chan atualizou com sucesso a infraestrutura técnica e introduziu práticas de gestão modernas. Hoje todas as famílias tem acesso à água limpa. Os contadores de água foram instalados em toda a cidade e o encanamento é inspecionado regularmente. A companhia de água, que agora se tornou uma sociedade anônima, gera lucro todo ano. Por estas reformas, Ek Sonn Chan e sua equipe ganhou o prêmio 2010 do Setor de Água de Estocolmo (2010 Stockholm Industry Water Award) dado pela Fundação de Água de Estocolmo (Stockholm Water Foundation).

Two persons on a boat with houses in the background
Bird's eye view of a shore route with a skyline in the background

Lima, Peru

Precipitação média: menos de 15 milímetros por ano; População: 8,5 milhões; Consumo de água por dia por pessoa: 250 litros

Mais de um milhão de habitantes de Lima, capital do Peru, não têm acesso à água potável. O Rimac, um rio que flui dos Andes, tem sido a principal fonte de abastecimento de água da cidade há muito tempo. Agora, a cidade quer criar novos reservatórios. Desde 2012, o reservatório Huascacocha, localizado cerca de 100 quilômetros da megacidade, abastece a cidade de Lima com 273 mil metros cúbicos de água por dia. É parte de um programa de modernização iniciado em 2009 pela concessionária de água Sedapal. A concessionária também planeja investir um total de US $ 1,5 bilhões (€ 1,1 bilhão) em projetos como usinas de dessalinização, reservatórios adicionais nos Andes e transferência de água de áreas da bacia vizinha para o Rimac. A Sedapal também está tentando limitar o desperdício de água. Atualmente, até 45% da água em Lima é perdida pelos vazamentos dos canos. Os contadores de água estão sendo instalados para que as perdas administrativas sejam descobertas e reduzidas. Os medidores também darão aos moradores de Lima uma idéia real sobre o valor da água, pois, com uma taxa de consumo de 250 litros per capita por dia, eles estão no topo da escala de consumo mundial de água.

Cidade-estado de Cingapura

Precipitação média: 2.400 milímetros por ano; População: 5,3 milhões; Consumo de água por dia por pessoa: 152 litros

Embora Cingapura seja cercada por água, beber água aqui é escasso. A questão da água foi, portanto, declarada uma prioridade desde os anos sessenta. O métodos criativos de Cingapura para lidar com este recurso podem ser vistos no centro de visitantes NEWater, localizado no Marina Barrage. Concluído em 2008, Marina Barrage foi projetado como um reservatório para água da chuva e agora se tornou uma importante fonte de água potável. A agência nacional de água de Cingapura tem uma abordagem com quatro frentes para a gestão da água: precipitação de água, reciclagem de águas residuais, dessalinização da água do mar e as importações de água da Malásia. A frente principal é o programa de reciclagem de águas residuais urbanas, conhecido como NEWater. Trata-se de um processo de três fases, que resulta em água que é de uma qualidade ainda melhor do que a água potável normal, de acordo com a PUB. Com uma capacidade de 273 mil metros cúbicos por dia, a NEWater agora atende cerca de 30% da demanda de água urbana. Até 2060, essa porcentagem deverá alcançar os 55%. Além disso, as iniciativas de conservação incentivam os moradores a economizar água.

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