Sustentabilidade

Zero Aterro: soluções alternativas reduzem o envio de resíduos para aterros 

A prática de zero aterro vem sendo cada vez mais implementada por empresas que buscam reduzir o impacto ambiental de seus processos produtivos. Essa forma de gestão foi desenvolvida para tratar resíduos com máximo aproveitamento. Assim, as empresas se comprometem a identificar alternativas para destinação de resíduos sólidos que anteriormente estariam dispostos em aterros industriais. 

Com o objetivo de ser, cada vez mais, reconhecida como uma empresa sustentável, a BASF aderiu à prática do zero aterro, alinhada aos seus pilares estratégicos. Para que essa mudança acontecesse, a organização se comprometeu em eliminar, reduzir, reusar e reciclar os resíduos gerados nos processos de produção. Esse é o exemplo de três unidades da empresa que já passaram por todas as etapas de programas ambientais e passaram a ser zero aterro. 

 

Indaiatuba conquista certificado Zero Waste to Landfill

A fábrica de catalisadores da BASF, situada em Indaiatuba (SP), foi o primeiro site da BASF na América do Sul a conquistar o certificado Zero Waste to Landfill, selo platina. A iniciativa para a obtenção desta creditação, que assegura que resíduos gerados na fábrica não são destinados a aterros industriais, partiu do gerente sênior de produção, Antonio Carlos Cipolli, que se inspirou na planta de catalisadores de Huntsville (EUA), que também possui a certificação. 

“O selo não é uma certificação válida por período indeterminado, por isso, para mantê-lo, a unidade terá que fazer um esforço contínuo em suas práticas, gestão e condutas. A melhoria contínua deve acontecer por meio da inserção do projeto como parte da integração, garantindo que todos os colaboradores próprios e contratados tenham a mesma informação e responsabilidade sobre o tema”, explica.

A iniciativa para a conquista do selo ajudou a identificar as quantidades e tipos de resíduo que eram enviados para aterros. Um estudo feito a fim de traçar uma estratégia para corrigir esse desvio apontou que quase 100% do que era enviado para aterro era composto de podas de jardinagem, entulho (restos de obra civil) e lixo comum. Com esses resultados, portanto, o site buscou novas soluções e parceiros para que o recebimento e destinação final desses resíduos fossem apropriados.

“Hoje, em Indaiatuba, 99,7% dos resíduos não são destinados para aterros. A poda e o lixo orgânico vão para compostagem, o entulho para reciclagem e, com a autorização por meio do CADRI (Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental), emitido pela CETESB, o lixo comum é enviado para a tecnologia de coprocessamento”, pontua Cipolli. 

Evolução ao longo dos anos

O programa zero aterro começou no Complexo Industrial de Tintas e Vernizes da BASF, localizado em São Bernardo do Campo (SP), em 2015. 

Para que toda a estratégia fosse implementada, a BASF fez um mapeamento de todos os resíduos produzidos no local. No primeiro ano do programa, resíduos de borracha, esfera de moagem, vidro transparente e isolante térmico deixaram de ser enviados para aterros. O papel toalha utilizado para secagem de mãos nos sanitários também passou a ter uma destinação ecologicamente correta.

Em 2016, a partir de uma parceria com uma empresa de compostagem, os resíduos das podas de jardinagem passaram a ser enviados para essa destinação e não mais para aterros

Um dos maiores desafios foi encontrar uma destinação para o lodo da estação de tratamento de efluentes. Em 2017, uma nova parceria possibilitou um novo destino para o material, que passou a ser enviado para beneficiamento, transformando-os em briquetes metálicos.

A partir de 2019, todos os resíduos de construção civil também deixaram de ser enviados a aterros para serem reciclados. O último resíduo que necessitava de uma destinação alternativa eram os resíduos orgânicos gerados no restaurante da unidade. Por meio de parcerias com o fornecedor responsável pelo serviço de alimentação, em 2020, os resíduos começaram a ir para a compostagem, tornando, assim, a localidade zero aterro. Somando todas as iniciativas implementadas desde 2015, a unidade deixou de enviar até março de 2021 cerca de 12 mil toneladas de resíduos para aterro industrial e a taxa de reciclagem em 2020 foi de 98,8%. 

“Engajar colaboradores e todos os públicos que circulam na fábrica diariamente em um programa como esse é um dos maiores desafios, pois é primordial que todos segreguem os resíduos nos locais adequados. Por isso, realizar campanhas de conscientização é essencial para o sucesso da implementação”, pontua Mariana Moreno, Engenheira de Meio Ambiente e responsável pelas Operações Ambientais de Infraestrutura & Energias da BASF.

A BASF é signatária do Atuação Responsável, iniciativa voluntária da indústria química para melhoria contínua nas áreas de proteção ambiental, saúde e segurança. Por isso, a cada cinco ou seis anos, auditorias são realizadas para manter os níveis de exigência de acordo com padrões mundiais. Assim, a empresa certifica que todos os processos são aplicados de maneira correta e eficiente.

O modelo de sistema de gestão adotado pela BASF tem como objetivo promover mudanças contínuas das soluções e serviços. Todas as iniciativas passam por uma avaliação de desempenho do negócio para que melhorias – sejam elas na destinação, na redução ou na educação – sejam implementadas, por isso o compromisso de avaliar periodicamente esses processos.

Implementando o zero aterro em Jaboatão dos Guararapes (PE)

A unidade de Jaboatão dos Guararapes (PE) começou o processo de implementação do zero aterro ao final de 2016. A análise apontou que os programas de reciclagem praticados na unidade já eram aplicados em diversos processos. A madeira dos pallets usados para armazenamento de resíduos, por exemplo, era posteriormente vendida, e as embalagens de matérias-primas – chamadas também de sacarias – acabavam sendo reutilizadas em produções.

Entre os resíduos mapeados na localidade, o de maior volume era o alimentício, proveniente do restaurante da unidade. Na sequência, estavam os pallets de madeira, as embalagens de matérias-primas (sacarias), sobras de manutenção e detritos metálicos provenientes das latas utilizadas na produção. 

Ao montar um plano de trabalho para implementar o zero aterro, a BASF passou a buscar por empresas e fornecedores parceiros que também buscavam soluções mais sustentáveis para destinação dos resíduos. Foram criados conceitos e classificações para esses processos. “Hoje, a unidade de Jaboatão dos Guararapes utiliza apenas materiais de fornecedores que estão 100% alinhados com nossos métodos sustentáveis de descarte. Materiais de alto risco, que necessitam de mais controle, requerem empresas parceiras que utilizem as mesmas práticas sustentáveis para lidar com esses resíduos em sua totalidade”, explicou Hilton Silva, gerente da unidade.

Historicamente, em 2014, 66% dos resíduos da unidade eram destinados a aterros. A BASF deu início à implementação zero aterro em 2016 e, em 2017, conseguiu uma redução significativa para 28%. Desde então, a empresa desenvolveu soluções que colaboraram para que esse percentual fosse zerado e, em 2018, essa meta foi conquistada.

Desde 2019, por exemplo, o pó de exaustão residual, que é produzido na planta de Jaboatão dos Guararapes, tem sido utilizado para a produção de tintas específicas. Em algumas linhas de produto é possível recuperar até 200 quilos deste pó residual, rico em dióxido de titânio, matéria-prima de alto valor utilizada na produção de tintas. 

As cinzas provenientes de incinerações, por exemplo, podem ser absorvidas em outras destinações. O processo de incineração só acontece em último caso, geralmente para tratar de resíduos contaminados por materiais infectantes. Vidros, madeiras, embalagens e matérias-primas são alguns dos itens que podem precisar desta destinação.

 “Em primeiro lugar, conseguimos reduzir o total de resíduos gerados pela unidade, que passou de 600 toneladas para 400 toneladas. Então, buscamos destinações mais sustentáveis, sendo 78% dos resíduos para a reciclagem, 11% para processamento, 6% para a recuperação e 6% para incineração”, comenta o gerente da unidade.

A aquisição de uma prensa também foi outro processo importante para a redução do volume do material em dez vezes, pois dispensa o uso dos pallets. O processo contribuiu para uma redução significativa da geração de resíduos. 

Jeito E

Reforçando seu compromisso de unir produtividade E sustentabilidade, a BASF tem como propósito criar química para um futuro sustentável. É possível produzir E ser sustentável; usar E reciclar; reutilizar E recuperar. As soluções e iniciativas para eliminar resíduos E reduzir o desperdício vão ao encontro com os pilares da BASF para reforçar a importância de práticas sustentáveis. Esses esforços irão colaborar para um futuro mais promissor E próspero para a sociedade E meio ambiente.

As iniciativas e soluções praticadas pela BASF para promover o zero aterro contribuem com alguns Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, tais como:

ODS 9 - Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação

Com a implementação do zero aterro, mudanças nos processos, gestão e práticas foram feitas para tornar as plantas de Indaiatuba, Demarchi e Jaboatão dos Guararapes mais sustentáveis e eficientes, dando novo destino aos resíduos.

ODS 11 – Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis

A gestão eficiente e ecológica dos resíduos ajuda a reduzir o impacto ambiental negativo per capita dos municípios onde as unidades produtivas estão instaladas, colaborando para a manutenção da qualidade do ar e diminuição do volume de substratos em aterros sanitários.

ODS 12 - Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis

As práticas de zero aterro utilizadas na BASF colaboram para a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais. A empresa reduziu substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso. Além disso, incentiva fornecedores e parceiros a adotarem as práticas sustentáveis implementadas na cultura interna.

ODS 13 - Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos

Os processos de descarte utilizados na prática do zero aterro ajudam a minimizar danos à qualidade do ar, ao solo e meio ambiente, diminuindo também riscos e catástrofes naturais de forma global.